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Aspectos Geográficos e Históricos

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Mensagem  Belar Seg Nov 05 2007, 16:19

O concelho de Fundão, no distrito de Castelo Branco, localiza-se na Região Centro (NUT II) e na Cova da beira (NUT III). Ocupa uma área de 700,4 km2 e abrange 31 freguesias: Alcaide, Alcaria, Alcongosta, Aldeia de Joanes, Aldeia Nova do Cabo, Alpedrinha, Atalaia do Campo, Barroca, Bogas de Baixo, Bogas de Cima, Capinha, Castelejo, Castelo Novo, Donas, Escarigo, Fatela, Fundão, Janeiro de Cima, Lavacolhos, Orca, Peroviseu, Póvoa de Atalaia, Salgueiro, Silvares, Soalheira, Souto da Casa, Telhado, Vale de Prazeres, Valverde, Mata da Rainha e Enxames.
O concelho do Fundão encontra-se limitado a norte pelo concelho de Covilhã e Belmonte, a noroeste pela Covilhã, a sudeste por Idanha a Nova, a sudoeste por Oleiros, a sul por Castelo Branco, a este por Penamacor e a oeste por Pampilhosa da Serra(distrito de Coimbra).
Este concelho apresentava, em 2003, um total de 31 568 habitantes.
Possui um clima mediterrânico, com influências continentais, tendo amplitudes térmicas anuais superiores à média, devido às diferenças de altitude e à proximidade da serra da Estrela. No Inverno, as temperaturas são baixas, atingindo, por períodos consideráveis, valores negativos.
Da rede hidrográfica, os canais de drenagem mais importantes são o rio Zêzere e o rio Pônsul.
O edificado estende-se pela vertente norte da serra da Gardunha, de frente para com a serra da Estrela. O concelho integra a região designada de Cova da Beira (vale do Zêzere entre as serras da Gardunha e da Estrela).

História e Monumentos
A presença humana nestas terras remonta à Pré-História segundo vestígios encontrados.
No século XII, grande parte do território que constitui o concelho encontrava-se despovoado e os Templários procederam ao seu repovoamento.
A designação inicial destas terras seria de Alpreada. Em 1202 teve foral outorgado por D. Sancho e cinco anos depois passou a designar-se Castelo Novo, que foi sede de um concelho extinto no século XIX.
Nas Inquirições de D. Dinis, em 1314, aparecem citados nove lugares fundanenses: Escarigo, Carantonha, Capinha, Levada, Fundão, Alcongosta, Aldeia Nova, Alcaide e Silvares e nos séculos XVI e XVII seria uma terra rica no aspecto agrícola, à qual se acrescia uma expansiva importância industrial, tendo nas suas terras uma fábrica real pombalina e outros teares e fábricas, como as das ruas do Mármore e da Cale, que tornaram célebres os tecidos de Portugal.
No século XIX, durante as invasões francesas, muitos lugares do concelho foram arrasados pelas forças napoleónicas, factor que teve consequências negativas, e mesmo regressivas, no desenvolvimento concelhio.
Nos conflitos liberais e na revolução da Patuleia, em Junho de 1846, o concelho foi palco de lutas fratricidas, sendo de referir, entre as guerrilhas patuleias, a mais célebre, a do Fabião da Barroca.

A nível do património arquitectónico, destaca-se: a Igreja Matriz, do século XVI e remodelada nos séculos XVII e XVIII, e agora (2007) com nova intervenção, com fachada barroca, que possui duas torres baixas, e que resultou da reconstrução duma igreja românica; o edifício dos Paços do Concelho, onde esteve instalada a Fábrica Real pombalina, tendo sido ampliado e modificado em 1916;
o Castelo, construído na vila de Castelo Novo, que foi sede de concelho até ao século XIX, possui o pelourinho, o lugar da forca com duas caveiras gravadas numa pedra e a Igreja Matriz; a Igreja Matriz da povoação de Alcaide que possui três naves e um portal românico; e a Aldeia de Joanes, que possui uma igreja românica e algumas casa quinhentistas.
É de referir ainda o Convento do Seixo, do século XVI, praticamente em ruína e que pertencia aos Frades Capuchos tendo sido edificado num contraforte da serra, a Casa do Paço, de estilo manuelino, construída em granito, com uma capela anexa ao solar; a Capela da Orada, do século XIV, construída em terrenos da comenda da Ordem de Avis e que possui um retábulo de alabastro, uma pia de água-benta e a imagem da Senhora das Graças esculpida em pedra ançã.

Tradições, Lendas e Curiosidades
São muitas as manifestações populares e culturais do concelho, sendo de destacar a festa de Nossa Senhora do Mosteiro, realizada no primeiro domingo de Junho, a da Senhora de Fátima, no último domingo de Julho, a festa de Sta. Luzia, a 15 de Agosto, a de S. Bartolomeu, a 24 de Agosto, a da Senhora da Rosa, no primeiro domingo de Setembro, e a festa de Sto. André, a 30 de Novembro.
Continuam a manter-se as tradicionais feiras, como a Feira de S. Marcos, a de S. Mateus e a FACIF - Feira Agrícola Comercial e Industrial do Fundão, que decorre na segunda quinzena de Agosto, com a duração de 10 dias, constituindo uma mostra das potencialidades regionais da generalidade do concelho e da região da Cova da Beira.
No artesanato, são típicas as miniaturas de bombos, adufes, ferraria, olaria, telha mourisca, rendas e bordados.
Como curiosidade poder-se-á referir o chafariz de Oito Bicos. Segundo a tradição, se algum rapaz solteiro beber água deste chafariz irá certamente casar com uma rapariga do Fundão.
Como naturais do concelho, destacam-se José da Cunha Taborda (1766-1834), pintor régio, João Franco (1855-1929), estadista dos últimos tempos da monarquia, Alfredo da Cunha (1863-1942), jornalista, o historiador José Hermano Saraiva e Diogo da Silva (1485-1541), bispo franciscano, que foi o primeiro inquisidor em Portugal.
Como instalações culturais a referência vai para o Museu Municipal, o Museu de Arte Sacra e o Museu Arqueológico do Fundão, que possui importantes vestígios pré-históricos, de transição e luso-romanos, como sepulturas, lápides epigráficas, objectos vários e diversos achados.

Economia
No concelho de Fundão predomina o sector terciário (61,5% do total das empresas sediadas no concelho). Este sector é particularmente importante na cidade e sede do concelho.
A indústria, nomeadamente de transformação de madeira, mobiliário, construção civil, têxtil e de panificação, tem também um peso muito significativo na economia concelhia (33% das empresas sediadas no concelho).
A agricultura é mais importante nas freguesias periféricas. A exploração agrícola abrange uma área de 29 604 hectares, sendo as principais culturas o olival, a horta familiar, a vinha, prados temporários, culturas forrageiras, cereais para grão e frutos frescos.
Em complementaridade com a agricultura, a pecuária mantém alguma importância na criação de aves, nomeadamente de galinhas poedeiras e reprodutoras, coelhos e caprinos.
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